Agora posso dizer por que o Rio de Janeiro é a cidade maravilhosa, cheia de encantos mil. Encantos que se manifestam ainda no ar, na vista maravilhosa da costa inteira e de um voo que parece aterrissar sobre o oceano.
As ruas um tanto sujas do centro da cidade e os adesivos alertando os ‘bueiros explosivos’ passam quase que despercebidos aos olhos dos turistas, que mais se encantam com a clareza da água do mar em contrate com o amarelo vivo da areia e o verde das plantas selecionadas que formam os jardins aparentemente naturais.
Perigoso? Sei lá. Quando pergunto todos dizem ser seguro, mas a imensa frota de táxis girando constantemente me faz pensar e repensar a resposta, principalmente à noite. Pode ser por comodidade, dizem uns. Sim, também optei por este motivo, razão que me deixava a alma tranquila. Na verdade, tranquila mesmo ficava somente depois de conferir e ter certeza de que não havia adquirido um serviço pirata. Enquanto alguns trabalham honestamente fazendo qualquer coisa para ganhar um trocado, desde encantar o público com pequenas mágicas nas ruas, outros se aproveitam da ignorância dos que chegam de longe.
E se a contradição das belezas é grande, já que do Cristo e do Pão de Açúcar pode-se identificar os morros, complexos e favelas, imensa é também a presença de não cariocas. A terra dos esses espichados deve esconder seu povo atrás das lajes, pois o que mais se vê, e ouve, são línguas indecifráveis.
De qualquer forma, é inegável dizer que o Rio apaixona e se insere rapidamente dentro do coração. Mas, ei, digo isso da parte da cidade que dá prazer de olhar, aquela em que os famosos circulam durante o dia, e que é cenário de novela. Aquela em que você consegue sentar e conversar com o Carlos Drummond de Andrade.
Pena que não é essa a realidade da maior parte dos ‘donos’ daquela terra maravilhosa.