Pessoas com deficiência enfrentam
dificuldades quando o assunto é acessibilidade. O problema concentra-se na
falta de infraestrutura adequada e na aceitação social
Clique e confira a reportagem em vídeo com Ana Júlia, realizada em 2012 pela UCSTV |
Dados divulgados pelo Censo 2010
mostram que, no Brasil, 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência.
Janete Clotilde Bandeira é mãe de Ana Júlia, 6 anos, deficiente em função de má
formação da coluna vertebral.
Esse ano, Janete conseguiu transporte
especial para buscar e levar a filha à escola, mas acredita que melhorias são
necessárias. “Não há monitores no colégio que possam tomar conta da Ana Júlia.
Assim, ao invés de usar as muletas, ela precisa ficar na cadeira de rodas.
Também não existe fraldário, então preciso colocar uma fralda que dure a tarde
inteira”, conta.
Para a presidente do Conselho Municipal
dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Cassandra Gomes Ramos, o problema da
acessibilidade está diretamente ligado à infraestrutura oferecida pela cidade,
que carece de adequações, e à igualdade social. “Além das questões estruturais,
é importante encarar o deficiente com naturalidade e saber valorizar o seu
potencial”, diz Cassandra, que também é cadeirante.
O cientista social Flávio Marcelo
Busnello explica que a sociedade não sabe lidar com aqueles que fogem do padrão
de normalidade. “Olhamos para eles com indiferença, com medo, achando graça.
Eles são foco de piada, violência, desrespeito ou da mais fria e profunda
invisibilidade”.
A busca do deficiente é por uma
acessibilidade que lhe permita não somente subir e descer calçadas, utilizar o
transporte público e ir à escola, mas que possibilite também o respeito de
forma igualitária e a aceitação do mercado de trabalho. A luta é por valores
básicos: ser visto e reconhecido.
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