Café de Flore, 6º arrondissement, Paris. Crédito: Dennis Stock |
O nada seria simplesmente mais simples. Mas aí o mundo existe, cheio de fórmulas, mistérios, regras, problemas e soluções. Por quê? Por que não existir apenas o nada?
Essa é a pergunta que cerca o livro Por que o mundo existe?, de Jim Holt.
Iniciei a leitura um tanto descrente com o que haveria de novo e de realmente interessante no livro. Confesso que demorei a entender as fórmulas matemáticas que tomam o x como elemento base. Por um momento, pensei em desistir. "Não estava agregando", avaliei.
Hoje, porém, num processo de protelar outras atividades, acabei mergulhando no espírito da leitura. Quando Holt está no banco traseiro do carro em meio a um pesado tráfego, pensa que não quer sair deste mundo para o nada.
Pela primeira vez nas quase cem páginas do livro sua fala começou a me tocar. Embora não compartilhe de seu ateísmo, passei a pensar que talvez o nada exista realmente. Não da mesma forma que Holt luta para comprovar -- cientificamente -- mas talvez um nada existencial.
Da mesma forma que não me recordo de nada antes de vir a esse mundo, posso simplesmente evaporar para o nada eterno. Não consigo imaginar o paraíso perfeito, embora prefira acreditar que ele existe.
Talvez Jim Holt possa me ajudar a entender o porquê tamanha dificuldade para acreditar em algo que nunca vimos ou tocamos. Ou pode ser a chave para bagunçar ainda mais minha mente confusa.
Espero ansiosa as próximas páginas.
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