sábado, 8 de junho de 2013

A certeza da impunidade

Recordo-me de uma entrevista que fiz, certa vez, com um metalúrgico de quase 30 anos. Na ocasião, ele lembrava de um acidente que havia sofrido há cerca de oito anos. Atropelado na beira da estrada, enquanto trocava o pneu do carro, ele passou algum tempo em recuperação e precisou ter uma das pernas amputadas. O responsável pelo acidente nunca pagou pena alguma pelos danos.

Para o metalúrgico, tamanha violência no trânsito só ocorre pela certeza da impunidade.

Hoje, quando vi nos jornais que mais uma pessoa havia sido queimada em uma tentativa de assalto, questionei-me novamente sobre a certeza da impunidade.

É difícil pensar em razões que levem seres humanos a agir de maneira tão brutal e desumana. Ao mesmo tempo, porém, é visível o fato de que situações como essas acontecem e voltam a se repetir porque o preço que se paga pelos danos causados é baixo; muitas vezes nulo.

A impunidade fomenta a violência, na medida em que abre brechas para o homem se testar e provar suas potencialidades, sejam elas as mais variadas possíveis. 

É preciso um sistema muito mais rígido, muito mais eficaz, para que atos tão banais sejam barrados e para que vidas não sejam perdidas a custo de nada.

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