domingo, 26 de maio de 2013

O Jornalismo perdido


Já era comum ouvir dizer muito antes de ter escolhido o curso de Jornalismo que o futuro profissional seria árduo. A insistência venceu a opinião dos pais, familiares e metidos. No segundo ano da graduação, ainda sem me encontrar direito no jornalismo, veio a notícia de que o diploma não era mais obrigatório. Continuei insistindo para mim mesma que aquela decisão jamais faria diferença.

Hoje, há dois meses de minha formatura, me divirto lendo o blog de Duda Rangel, rindo da classe, da falta de perspectiva, da falta de rumo. Acho melhor rir, pois realmente não tenho outra solução para o momento.

Ontem li um texto publicado na revista Piauí em que uma jornalista descrevia sua carreira profissional, desde sua entrada para o jornalismo até a quase falência completa da mídia impressa. O que me chamou atenção, além da identificação constante de sua história com momentos que já vivi ou pensei que poderia viver, foi o título da matéria: Ilusões perdidas.

Em minha mente, fiz uma comparação entre este título e o do blog do Duda Rangel, Desilusões perdidas. Ainda não entrei no mercado de trabalho senão enquanto estagiária e me questiono a todo momento quando o jornalismo vai se encontrar, vai deixar de ser perdido, ou será que esse tempo nunca chegará?

Ao mesmo tempo em que acredito na sobrevivência do jornal impresso, mesmo diante de dados assustadores sobre mortes após mortes de 'grandes nomes', me questiono sobre as fórmulas aplicadas para a continuidade da imprensa, especificamente, escrita.

Sei que, para muitos, a melhor forma de conquistar o leitor é a informação direta, capaz de agregar mais do que aquilo que já está no online. Porém, será que a solução não pode ser o inverso? Conquistar aqueles que são atraídos pelas letras, por um texto de qualidade, com profundidade?

Criticamos os que não leem, mas o que estamos fazendo para incentivar a leitura? Cortando o texto e entregando o conteúdo mastigado? Será que fomentar o ato de interpretar, pensar e evoluir não faz parte um pouco do compromisso social que o jornalismo assume com a sociedade?

Por isso que ilusões ou desilusões perdidas chamaram minha atenção. Até agora não consigo estabelecer de fato o que está perdido, se é que já não se perdeu de tudo um pouco. 

Sim, é utópico. Talvez daqui há alguns anos, o discurso mude. 

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