Há quanto tempo andar de ônibus já não fazia mais parte de minha rotina. Me senti incomodada ao ver aquele monte de gente invadindo o meu espaço, e a desconfiança de que alguém sentasse ao meu lado só aumentava a sensação de pânico. Gente de todos os tipos e gostos. O cheiro, então, nem se fale. Passo uma, duas, três paradas e nada de alguém sentar-se ao meu lado. Solto um suspiro de alívio e começo a aproveitar a viagem.
Cinco ou seis minutos depois o cenário muda. A paisagem é incrível, deixa minha mente flutuar em imaginações singulares. De repente, tudo muda. Sou despertada por uma senhora que diz: – Com licença. Olho para ela e confirmo a licença com um gesto. O assunto acabou. Minha mente já não conseguia ir tão longe e naquele instante só pensei em quantas descobertas poderia encontrar naquela mulher.
Eu não era assim tão egoísta. Gostava de ouvir as histórias, de conversar durante aquele longo tempo perdido na estrada. Só tinha medo de que descobrindo um pouco mais da vida dos outros, eles acabassem desvendando meus mistérios.
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